Desde 2014, o número de mulheres empreendedoras vem crescendo no Brasil, segundo o Sebrae, atualmente as mulheres entre 25 a 35 anos representam 21% das empresárias brasileiras.
Em São Luís, uma startup viu na insegurança das mulheres ao contratar serviços de terceiros e no empoderamento feminino uma oportunidade de negócio. A Ela Faz é uma empresa que desenvolveu uma plataforma que conecta mulheres que podem contratar e prestar serviço a domicílio.
“A Ela Faz surgiu de uma dor pessoal, a insegurança ao contratar serviços de terceiros em minha casa e o medo de estar sozinha, devido a muitos casos de assédio e estupro. Durante uma conversa casual, percebemos e pesquisamos que isso era uma dor de várias mulheres, e então chegamos a uma conclusão: me sentiria mais confortável se fosse outra mulher realizando o serviço”, conta Andreia Costa, CEO e fundadora da startup.
Na prática, o modelo de negócio desenvolvido por Andreia e suas sócias, também é uma resposta a desigualdade e a violência de gênero. “Onde estão as mulheres? Como criar um ambiente seguro onde elas possam contratar e prestar serviço com segurança e qualidade?”, questionava a estudante de Sistema de Informação de 23 anos, quando começava a rabiscar a ideia.
Na plataforma, a contratante ou profissional pode escolher desde uma simples faxina em sua casa, ou ajuda com assistência técnica, ou consultoria, por exemplo. Presente em quatro cidades e com 39 profissionais cadastradas, as clientes são, geralmente, mulheres já empreendedoras, com atuação em projetos sociais, independência financeira e que enxergam na plataforma uma oportunidade para colaborar com outras mulheres, para que tenham acesso aos serviços com mais conforto e qualidade.
Quando questionada sobre o papel da tecnologia por trás dessa rede de conexões, Andreia revela que viu nessas ferramentas um potencial para transformar a vida das mulheres, dar autonomia e visibilidade a serviços que dizem que não são para elas, “e esse é o nosso propósito”, diz com entusiasmo.
“Claro, isso não é uma missão fácil, porque não estamos fazendo só um aplicativo ou site de serviços, estamos criando uma comunidade de mulheres que apoiam e lutam umas pelas outras, facilitando o processo de contratações e inserção da mulher no mercado de trabalho, estamos trabalhando em algo com um propósito tão grandioso que exige muita responsabilidade. Creio que o maior desafio hoje seja não perder o foco em meio a tanta coisa burocracia e de escalabilidade do negócio”, reflete a empresária.
Fundada há um ano, a Ela Faz parece ter chegado a um modelo de negócios ideal. No meio do ano, com o lançamento do primeiro aplicativo da startup, a empresa expande sua presença para outras regiões do Brasil. E há novos planos, em breve laçam também o projeto Ela Na Obra, com o objetivo de capacitar mulheres para o mercado de trabalho na construção civil, reformas e outros categorias de reparos.
Quando questionada se se considera uma protagonista em um ambiente ainda dominado por homens, Andreia é modesta, “não me coloco nesse papel, acredito que eu seja só uma mulher correndo atrás de um objetivo e assim como as profissionais da Ela Faz, buscamos estabilidade financeira. É verdade que estamos conquistando o nosso espaço, e projetos como este não veem para excluir os homens, mas para oferecer igualdade de oportunidades para mulheres”, completa.
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