Entrevista: “ainda não tive contato com nenhum familiar”, diz estudante natural de São Bento que estava isolado na Bolívia

Foto/Reprodução Facebook-Talisson Moraes

SÃO BENTO – No início do mês de abril, contamos aqui no Portal Matraca a história e Talisson Moraes, estudante natural de São Bento que tentava junto ao Governo brasileiro a repatriação, para assim poder voltar para casa. O estudante estava isolado na Bolívia, onde estuda medicina há mais de um ano.

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No último dia 8 de abril, com a ajuda de um político de sua cidade natal, ele conseguiu voltar para casa, depois de muita angustia e momentos de quase desespero. A viagem incluiu percursos de ônibus, dois voos e muitas barreiras de fiscalização.

Nesta sexta-feira (17), Talisson voltou a conversar com a redação do Portal Matraca, acompanhe os relatos dessa peregrinação.

Maranhenses estão em Cochabamba, na Bolívia. Foto: Talisson Moraes/Arquivo Pessoal.

A partida…

Sai de lá na quarta-feira, no dia 8, e cheguei na fronteira do Brasil no dia 9 pela manhã. A viagem de Cochabamba (cidade onde Talisson estuda) até a fronteira foi de ônibus.

Repatriação” e ajuda para voltar para casa…

Infelizmente a gente não teve a ajuda do Governo, nós não tivemos essa possibilidade, tanto que a gente lotou e pediu, mas infelizmente não obtivemos respostas do Governo Federal e nem do Governo Estadual. Nós tivemos que pagar o valor de 470 Bolivianos, a passagem era mais de 500, mas eles (empresa) conseguiram baixar um pouco. A ajuda que tive (para voltar para casa) foi de um amigo politico daqui de São Bento, Dino Penha.

A viagem…

Passamos por barreiras sanitárias em Santa Cruz de la Sierra e também para checar documentos. A viagem foi tranquila, não foi tão tensa, só que o preço foi muito alto, mas o serviço de bordo foi bom. A única parte tensa foi na fronteira com o Brasil, foram horas e horas de espera, porque o desembarque das pessoas no ônibus era uma de cada vez, isso para fazer os procedimentos e para medir a temperatura dos passageiros.

Na terra, na água, no ar…

De Cotiabanba peguei o busão até a fronteira com Brasil, passamos pelo setor de imigração Boliviano, passamos pela checagem da Anvisa já em território, e depois passamos pela Policia Federal para entrar no Brasil, só então pegamos um ônibus. Nós entramos no ônibus e não descemos em lugar nenhum, viemos de Corumbá até Campo Grande…

De Campo Grande, o meu voo era no dia seguinte, ficamos na casa de uma amiga e ficamos por lá esperando o dia seguinte. O nosso voo tinha uma escala em São Paulo, e de lá já tinha um voo direto para São Luís. (No aeroporto em São Luís) fomos monitorados e eles pegaram todos os dados possíveis para fazer esse monitoramento.

Quase em casa…

Chegando em São Luís, em perdi o Ferry Boat das 18h, porque cheguei na sexta-feira e esqueci uma bolsa na sala de triagem. Em casa mesmo eu cheguei só no sábado.

Sem abraços…

Infelizmente ainda não tive contato com nenhum familiar, eu resolvi fazer a quarentena, e estou em isolado e cumprindo com o protocolo para evitar falácias e comentários de cidade pequena. Já estou mais de 7 dias em isolamento.

Sozinho…

A quarentena tá sendo bem tranquila, só é um pouco chato, mas o isolamento social é necessário e bom pra aproveitar esse tempo com coisas boas. Uso o tempo pra ler a bíblia e estudar.

Amigos…

Muitos dos meus amigos ainda não conseguiram voltar, eu vim acompanhado de três, mas muitos ficaram lá por não conseguirem uma vaga ou por questões financeiras. Eu vim porque aproveitei uma oportunidade muito boa e muito estreita.

Indignação…

O que quero é que o Governo faça uma repatriação de verdade, fica a nossa indignação com o Governo Federal e com o Governo do Maranhão, porque não fizeram nada para ajudar seus conterrâneos.

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