Mãe, heroína e vencedora; os relatos de uma técnica em enfermagem que testou positivo e venceu a Covid-19 em Matinha

Foto ilustrativa: Pixabay.

MATINHA – No dia 17 abril, a Secretaria Municipal de Saúde de Matinha confirmou o primeiro caso de Coronavírus no município.

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Começava ali o desafio de uma cidade para minimizar os feitos de uma doença nova, ainda sem cura, causada por micro-organismos patogênicos que se aglomeram em forma de pandemia, a Covid-19.

Na linha de frente e lançados no campo de batalha conta um inimigo desconhecido, os profissionais de saúde, os responsáveis pelo diagnóstico e tratamento dos pacientes.

Neste dia das mães, o Portal Matraca conversou com Carmozina Soeiro Silva, técnica em enfermagem e mãe de duas filhas.

A entrevista foi concedida por telefone. Foto: Arquivo pessoal.

Até ser infectada pelo Novo Coronavírus, a profissional integrava a equipe de saúde no município e cuidava de pacientes. Atualmente curada e ainda em isolamento domiciliar, a profissional está afastada até que esteja em condições de voltar à ativa.

Na entrevista por telefone, Carmozina diz que enfrentou uma barra, que saiu vitoriosa e, que mesmo durante a crise, as pessoas precisam ter fé, “Deus me curou”, contou.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), Matinha registra 33 casos confirmados de Coronavírus.

Ao falar sobre a confirmação do primeiro caso confirmado no município, Carmozina desabafa, “confesso que fiquei preocupada, mas como já estava assistindo [a cobertura sobre a pandemia], nós já tínhamos convicção do que poderia acontecer”.

Quando comenta a recuperação, a profissional fala com muito entusiasmo, e não é para menos. No maranhão, segundo a SES, a Covid-19 já fez mais de 300 mortes.

“Em primeiro lugar eu quero agradecer a Deus, esse Deus tão maravilhoso que eu sigo e, em segundo, quero agradecer a toda a equipe de saúde”.

Em Matinha, nenhum dos 33 pacientes apresentou quadro grave em razão de haverem contraído a doença, o tratamento está sendo realizado em isolamento domiciliar, com o acompanhamento das equipes de saúde.

Matinha vem apresentando uma curva ascendente de infecção, ao avaliar essa tendência, Carmozina diz que, “com passar do tempo, a situação foi ficando mais preocupante. Sabemos que nossa cidade não tem todos os recursos para [lidar com uma pandemia como essa. Mas sobre os profissionais da saúde, são médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogos e fisioterapeutas excelentes, e sobre a saúde de Matinha, eu a considero boa, porque no meio dessa pandemia, todos os casos estão sendo resolvidos no município”, revela.

Dia 10 de abril, a profissional que é cardiopata, com problema pulmonar e renal, começou a sentir dor epigástrica e abdominal, foi quando decidiu ir ao hospital, cindo dias depois a situação piorou, com dores e calafrios, dispneia e muita dor na região do tórax. Dias depois veio o diagnóstico positivo para a Covid-19.

“Eu e minha família ficamos em isolamento na mesma casa, mas em quartos separados, mas a gente ainda conseguia interagir, eles da sala ou da cozinha, mas foi muito difícil porque eu não podia tocar ou abraçar a minha filha [Izabella Soeiro Silva]”, desabafa.

Ao comentar esse período, Carmozina conta que enfrentou uma barra, a profissional revela ainda que aproveitou esse momento para renovar a sua fé. “Mesmo eu cansada, com falta de ar e com muitas dores, eu ia à presença de Deus, eu falava e eu sei que ele me respondia, essa foi a minha maior felicidade durante esse período em isolamento”, contou.

No último dia 8 de abril, Carmozina recebeu o resultado da recuperação, “foi um momento de muita alegria, parecia que estava vivendo de novo. Até hoje, pelo que passei e pelo que vivi, eu ainda me seguro para não chorar, porque muitos não tiveram o privilegio que eu tive”, revela.

Mesmo recuperada, a profissional ainda cumpre protocolos de segurança. “Eu ainda continuo em casa e não saio nem na porta, ainda que eu tenha tido alta do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde e Vigilância, eu estou cumprindo a minha quarentena, e não posso quebrar esse protocolo”, alerta.

Carmozina só vai poder ter contato com outras pessoas depois da avaliação das equipes de Secretaria que a acompanham. Ela deve ter uma decisão a partir dia 14 deste mês.

Ao ser questionada se ela se considera uma heroína, a técnica em enfermagem é taxativa, “somos heróis, porque quantos e quantos tinham vontade de viver e não conseguiram e não tiveram esse privilégio. E eu me considero uma heroína e também vitoriosa porque sobrevivi”, comentou.

E continuou, “agradeço todos que oraram por mim, que torceram por mim, meu muito obrigada, e quero desejar a todas às heroínas um feliz dia das mães”, finalizou.


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